A região Sudeste do Brasil é a segunda menor região do país, sendo maior apenas que a região Sul. Ocupa 924 511,292 km², 1/10 da superfície do Brasil. É composta por quatro Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Limita-se ao norte e a nordeste com a Bahia; a leste e ao sul com o oceano Atlântico; a sudoeste com o Paraná; a oeste com Mato Grosso do Sul; a noroeste com Goiás e o Distrito Federal. Esta região é uma terra de transição entre a região Nordeste e a região Sul.
População
Possui uma população de aproximadamente 80.3 milhões de habitantes, de forma que 44% dos brasileiros são sudestinos. A região reúne os três primeiros estados do país em população (São Paulo, com 40 milhões de habitantes; Minas Gerais, com 21 milhões de habitantes e Rio de Janeiro, com 15 milhões)
Cidades mais populosas da Região Sudeste do Brasil
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Posição | Cidade | Estado | Pop. | Posição | Cidade | Estado | Pop. |
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1 | São Paulo | São Paulo | 11,316,149 | 11 | Osasco | São Paulo | 667,826 |
2 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | 6,355,949 | 12 | São José dos Campos | São Paulo | 636,876 |
3 | Belo Horizonte | Minas Gerais | 2,385,639 | 13 | Ribeirão Preto | São Paulo | 612,339 |
4 | Guarulhos | São Paulo | 1,233,436 | 14 | Uberlândia | Minas Gerais | 611,903 |
5 | Campinas | São Paulo | 1,088,611 | 15 | Contagem | Minas Gerais | 608,714 |
6 | São Gonçalo | Rio de Janeiro | 1,008,064 | 16 | Sorocaba | São Paulo | 593,775 |
7 | Duque de Caxias | Rio de Janeiro | 861,157 | 17 | Juiz de Fora | Minas Gerais | 520,810 |
8 | Nova Iguaçu | Rio de Janeiro | 799,047 | 18 | Niterói | Rio de Janeiro | 489,720 |
9 | São Bernardo do Campo | São Paulo | 770,253 | 19 | Belford Roxo | Rio de Janeiro | 472,008 |
10 | Santo André | São Paulo | 678,485 | 20 | Campos dos Goytacazes | Rio de Janeiro | 468,086 |
Clima
A região Sudeste apresenta os climas tropical, tropical de altitude, subtropical e litorâneo úmido.
O clima tropical predomina nas baixadas litorâneas de Espírito Santo e Rio de Janeiro, norte de Minas Gerais e oeste paulista. Apresenta temperaturas elevadas e duas estações definidas: uma chuvosa, que corresponde ao inverno, e outra seca, que corresponde ao verão.
O clima tropical de altitude, que ocorre nos trechos mais elevados do relevo, caracteriza-se por temperaturas mais amenas.
O clima subtropical, que aparece no sul do estado de São Paulo, é marcado por chuvas bem distribuídas durante o ano e por uma grande amplitude térmica. Com dois tipos, clima oceânico nas áreas montanhosas da Serra do Mar e Paranapiacaba, e
clima subtropical úmido nas áreas mais baixas e no litoral sul de São Paulo.
Serra do Mar
Paranapiacaba
Temos ainda, no norte de Minas Gerais, o clima semi-árido, mais quente e menos úmido, apresentando estação seca anual de 5 meses ou até mais nos vales dos rios São Francisco e Jequitinhonha. No Sudeste, como em qualquer região, as temperaturas sofrem a determinante influência da posição geográfica, ou seja, da latitude, do relevo e da altitude e também da maritimidade. Desta forma, as regiões do Vale do Jequitinhonha e do Vale do Rio Doce ambas no norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo, localizadas em áreas de baixas latitudes e altitudes modestas, têm clima mais quente.
Vale do Jequitinhonha
Já a serra do Mar apresenta a maior umidade da região, pois barra a passagem dos ventos vindos do Atlântico, carregados de umidade, chovendo apenas nas vertentes orientais. A costa também é naturalmente mais úmida, por influência da maritimidade. As menores temperaturas da região são registradas nos picos da serra da Mantiqueira, localizados entre MG/SP, MG/RJ e MG/ES, que tem altitudes próximas de 3000m e consequentemente estão sujeitos a nevadas.
Vegetação
A variedade de tipos de clima permite deduzir que primitivamente existiu uma variedade de tipos de vegetação, hoje em grande parte devastada, devido à expansão agrícola. A floresta tropical constitui a formação dominante, mas seu aspecto varia muito. Ela é rica e exuberante nas encostas voltadas para o oceano — Mata Atlântica—, onde a umidade é maior, favorecendo o aparecimento de árvores mais altas, muitos cipós, epífitas e inúmeras palmáceas; encontra-se quase totalmente devastada, exceto nas encostas mais íngremes. No interior do continente, essa floresta apresenta menos densa, pois ocorre em áreas de clima mais seco; aparece somente em manchas, pois já está quase inteiramente devastada.Em algumas áreas do interior há a ocorrência de matas galerias ou ciliares, que se desenvolvem ao longo das margens dos rios, mais úmidas. Nas áreas tipicamente tropicais do Sudeste, onde predominam solos impermeáveis, ganha destaque a formação conhecida como cerrado, constituída de pequenas árvores,arbustos de galhos retorcidos e vegetação rasteira. A região apresenta pequenos trechos cobertos de caatinga no norte de Minas Gerais. As áreas mais altas das serras e planaltos do Leste e Sudeste, ao sul, de clima mais suave, são ocupadas por uma ou outra espécie do que foi um dia a floresta subtropical ou Mata de Araucárias.
Mata de Araucárias
Em extensões também reduzidas do planalto aparecem trechos de formações campestres: os campos limpos, ao sul do estado de São Paulo, e os campos serranos, ao sul de Minas Gerais. Ao longo do litoral, faz-se presente a vegetação típica das praias, conhecida por vegetação litorânea.
Hidrografia
Devido à suas características de relevo, predominam na região os rios de planalto, naturalmente encachoeirados. Entre as várias bacias hidrográficas, merecem destaque:
- Bacia do Paraná — O rio principal é formado pela junção dos rios Paranaíba e Grande. Nessa bacia se localizam algumas das maiores hidrelétricas do país, tanto no rio Paraná (Urubupungá e Itaipu) como nos rios Paranaíba (Cachoeira Dourada e São Simão) e Grande (Furnas e Volta Grande).
- Bacia do São Francisco — O principal rio nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra, atravessa a Bahia e alcança Pernambuco, Alagoas e Sergipe, no Nordeste. Recebendo alguns grandes afluentes e outros menores, que chegam inclusive a secar (rios temporários), o São Francisco tem alta importância regional, por oferecer transporte, alimentação, energia elétrica e irrigação.
No seu alto curso, que vai da nascente a Pirapora (Minas Gerais), o São Francisco é acidentado e não-navegável, oferecendo, por outro lado, alto potencial hidrelétrico. A Usina Hidrelétrica de Três Marias foi aí construída a fim de regularizar o curso do rio, fornecer energia elétrica e ampliar seu trecho navegável, através de comportas que fazem subir o nível das águas. Já no médio curso, que estende de Pirapora e Juazeiro (estado da Bahia), o rio é inteiramente navegável. O baixo curso do São Francisco localiza-se inteiramente na região Nordeste.
- Bacias do Leste — São um conjunto de bacias secundárias de diversos rios que descem das serras litorâneas para o Atlântico, merecendo destaque as bacias dos rios Pardo, Rio Doce e Jequitinhonha, em Minas Gerais, e Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro.
- Bacias do Sudeste-Sul — A região Sudeste é drenada também por estas bacias, destacando-se a do rio Ribeira do Iguape, no estado de São Paulo.
Relevo
- Planícies e terras baixas costeiras: Apresentam larguras variáveis, aparecendo na forma de grandes baixadas, ou, estreitando-se e favorecendo a formação de costas altas, onde a serra do Mar entra diretamente em contato direto com o oceano Atlântico. São comuns, ao longo da planície, muitas praias e algumas restingas, que formam lagoas costeiras e grandes baías.
- Serras e planaltos do Leste e do Sudeste: Conhecidas como planalto Atlântico ou planalto Oriental, é a parte mais acidentada do planalto Brasileiro, caracterizando-se, na região Sudeste, pelo grande número de "serras" (escarpas de planalto) cristalinas. Aparece como verdadeira muralha constituída por rochas cristalinas muito antigas ou como um verdadeiro "mar de morros" em áreas mais erodidas. A escarpa desse planalto voltada para o Atlântico constitui a serra do Mar, que no sul recebe o nome de serra de Paranapiacaba. Logo adiante, no oeste, encontramos o vale do rio Paraíba do Sul, que separa a serra do Mar da serra da Mantiqueira. Mais para o norte, as elevações afastam-se do litoral, dando origem à serra do Espinhaço.
Serra de Paranapiacaba
Ao norte de São Paulo e a oeste de Minas Gerais, encontra-se a serra da Canastra.
A noroeste da região, atrás da serra do Espinhaço, encontram-se as chapadas sedimentares, já na transição para a região Centro-Oeste, destacando-se o Espigão Mestre, vasta extensão aplainada constituída por rochas antigas e intensamente trabalhadas pela erosão. Entre ele e a serra do Espinhaço encontra-se a Depressão Sanfranciscana, área de terras baixas cortada por um grande rio, o São Francisco.
Serra da Canastra
- Planalto Meridional: De estrutura sedimentar, ocupa todo o centro-oeste de São Paulo e o oeste de Minas Gerais. É formado por dois blocos: o planalto Arenito-basáltico e a Depressão Periférica.
- Planalto Arenito-basáltico: Apresenta alternância de rochas pouco resistentes, como o arenito (sedimentar), e outras muito duras, como o basalto (vulcânica), o que favorece o aparecimento das chamadas cuestas, acidentes do relevo que se mostram íngremes e abruptos em uma vertente e na direção oposta descem em suave declive. Essas cuestas são conhecidas popularmente pelo nome de serras, como por exemplo, a serra de Botucatu.
Serra de Botucatu
- Depressão Periférica: Zona de contato baixa e plana, que se assemelha a uma canoa, entre as serras e planaltos do Leste e Sudeste (de estrutura cristalina) e o planalto Arenito-basáltico (de estrutura sedimentar).